quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sacristão morre ao cair da torre quando limpava sinos

00h30m

NUNO CERQUEIRA

Januário Martins encontrava-se a limpar a torre da igreja onde se encontram os sinos, nas Marinhas, Esposende, quando, por razões ainda não apuradas, caiu de uma altura de 15 metros. Ainda tinha pulso quando foi assistido, mas acabou por morrer.

O sacristão da igreja paroquial S. Miguel das Marinhas, em Esposende, morreu ontem, quarta-feira, após cair da torre sineira da igreja. Procedia a uma limpeza nos sinos e numa pequena varanda. Apesar de ter sido prontamente assistido pela Cruz Vermelha, Januário de Lima Martins faleceu no local.

"Ele disse ao reitor que não tinha nada para fazer e por isso ia subir à torre para proceder a umas limpezas por causa do mau tempo antes da missa das seis da tarde", disse ao JN um vizinho ainda em estado de choque.

A notícia correu rápido por montes e lugares da maior freguesia de Esposende. Marinhas é agora um local enlutado pela morte do "querido" sacristão da terra. "O Januário era bom homem, sempre prestável e muito querido entre os paroquianos", disse, emocionado, o pároco Avelino Marques Filipe, ao mesmo tempo que olhava a torre sineira da igreja, numa tentativa de perceber o que terá acontecido. "Ninguém viu o que se passou. As pessoas só viram o corpo no chão", descreveu o pároco, ao mesmo tempo que revelou que Januário de Lima Martins era funcionário da igreja. "Tinha tudo em dia e direitinho", acrescentou o reverendo.

A população ocorreu logo ao local do acidente e a Cruz Vermelha das Marinhas (CVPM), mesmo ali ao lado, também. "Fomos todos muito rápidos, até porque estamos a celebrar 20 anos do núcleo da Cruz Vermelha das Marinhas e estavam muitos socorristas no salão paroquial nas cerimónias", disse Mário Cardoso, elemento da CVPM, que quando chegou ao local ainda encontrou Januário de Lima Martins com vida. "Tinha pulso mas era muito fraco. Não havia nada a fazer. Ainda iniciamos a reanimação mas acabou por falecer", lamentou o socorrista.

A família do homem de 60 anos, a viver no lugar de Pinhote, rapidamente foi chegando a casa deste. Lá dentro ouviam-se os gritos da esposa em sofrimento, ao mesmo tempo que filhos e irmãos de Januário iam chegando para o luto inesperado. "Nunca imaginei que uma coisa destas fosse acontecer. Ele era muito cuidadoso. Gostava de ajudar a paróquia. Marinhas perdeu um grande homem", afirmou um dos onze irmãos de Januário.

Januário de Lima Martins, com 60 anos de idade, casado, pai de quatro filhos, todos rapazes, era revendedor de tabaco e sacristão há dez anos. Natural de Curvos e residia no lugar do Pinhote, Marinhas, onde tinha acabado de inaugurar casa, depois de muito anos a lutar pelo sonho de uma moradia.

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